O nome de Leon não saiu da cabeça de Aurora.
Ela passou o fim de semana revendo as palavras que ele dissera, o tom preciso, os olhos que pareciam saber mais do que mostravam. E, acima de tudo, o bilhete:“Você é a chave. Mas ainda não percebeu.”Na segunda-feira, ao chegar na empresa, Aurora não esperava vê-lo tão cedo. Mas lá estava ele. No andar da recepção executiva, conversando com o diretor jurídico.Trajava o mesmo terno bem cortado, um leve sorriso nos lábios, como quem já sabia que causaria desconforto. Quando os olhos dele encontraram os de Aurora, ele não desviou. Pelo contrário: caminhou em sua direção.— Bom dia, senhorita Santini — disse, como se fossem velhos conhecidos. — Ainda está pensando sobre o que conversamos?Ela se manteve firme.— Ainda estou digerindo.— Isso é bom. Pressa costuma ser o alimento dos manipuladores.Antes que ela pudesse responder, uma presença se impôs às costas