Aurora chegou cedo ao escritório naquela manhã. Mais cedo do que o necessário.
Não dormira. O cartão de Leon Mancini repousava sobre a mesa de cabeceira como uma ameaça silenciosa — ou uma promessa de revelações. Seu rosto, sua fala, tudo nele era preciso demais para ser um lunático. E certeiro demais para ser só coincidência.
Ela aguardou Enzo chegar. E quando ele entrou, com o mesmo terno imaculado e a expressão impassível de sempre, ela se levantou da cadeira e o interceptou na sala espelhada.
— Precisamos conversar.
Ele parou, olhos fixos nos dela.
— Sobre o quê?— Leon Mancini.
A reação foi quas