Os corredores da Salvatore Industries nunca pareceram tão longos. Ou tão vazios.
Desde o episódio do contrato alterado, Aurora sentia algo diferente ao andar pela empresa. Pequenas coisas. Olhares demorados. Sussurros que cessavam quando ela se aproximava. Portas que se fechavam rápido demais.
Mas o pior veio do lado de fora.
Na quarta-feira, ao sair do prédio, notou o reflexo de alguém no vidro da farmácia do outro lado da rua. Um homem de capuz, parado. Ele não fazia nada — apenas a observava. Mas quando ela se virou, ele desapareceu como fumaça.
Na quinta, o mesmo vulto. Mais próximo. E um bilhete no para-brisa do carro:
“Cuidado com o que assina. Nem tudo o que reluz é ouro. Ou amor.”