Nate Donovan
Eu tentei ligar pra ela três vezes. Quatro. Cinco.
Nada.A tela acesa do celular refletia minha própria cara cansada, e eu tive que morder a vontade de pegar o carro e voltar pro hospital na mesma hora.
"Eu vou até lá", falei, já me levantando.
"Não vai, não", David cortou, sem levantar os olhos dos relatórios. "Ainda tem peça solta. E a gente só começou pela Lúcia."
"Você quer o quê? Que eu fique sentado vendo vocês chutarem hipótese em cima de hipótese?"
Enzo empurrou outra pasta pra mim. "Eu quero que você seja racional pelo menos até amanhecer."
A madrugada foi um arrasto. Páginas, extratos, listas de contato, cruzamento de dados. A cabeça latejava e a cafeína já não fazia efeito. Eu lia e relia, mas o pensamento voltava pro hospital, pro jeito que ela tremia tentando não tremer.
Quando o céu começou a clarear atrás da janela do escritório do David, eu estava um lixo: camisa amarrotada, olhos ardendo, mand