Lúcia Donovan
A pergunta não trazia maldade, só uma lógica reta que atravessa a gente como flecha. Eu olhei para Nate. Olhei para Moira. Peguei ar.
“O Samuel ainda está no hospital, meu amor. Ele é pequeno e precisa de ajuda de máquinas, lembra? A gente vai ver ele todo dia. Mas ele ainda não pode vir pra casa.”
Ela franziu a testa, o queixo empinando num ângulo que eu reconhecia como prenúncio de tempestade. “Ele não quis vir?”
“Ele quer muito,” Nate disse, abaixando até ficar na altura dela. “Mas o pulmão dele está treinando. Igual quando você aprendeu a andar de bicicleta. Primeiro com rodinhas, depois sem. Agora ele está na fase das rodinhas.”
“Eu sou grande,” ela rebateu, rapidamente. “Eu posso ensinar ele.”
“E você vai,” eu garanti, se