210. Destino cruel
Lúcia Mendes Donovan
As luzes brancas do hospital nunca me pareceram tão cruéis.
Cada passo ecoava no corredor como se fosse uma sentença. Nate caminhava firme ao meu lado, mas sua mão apertada na minha denunciava o quanto ele também estava tenso.
E então eu a vi.
Olivia. Encostada contra a parede do pronto-socorro, o rosto molhado de lágrimas, a máscara de profissional totalmente rasgada, reduzida a uma mulher em prantos.
“Olivia…” Minha voz falhou.
Ela ergueu os olhos para mim e o que vi ali me gelou inteira. Não era só preocupação. Era desespero. Era como se ela já soubesse de algo que não queria dizer.
“Me fala o que tá acontecendo!” Minha voz saiu mais alta do que eu pretendia, os nervos estourando.
“Eles estão tentando, Lúcia…” Olivia correu até mim, me segurando pelos braços. “Eles estão tentando, mas…” A voz dela se perdeu, engasgada.
Senti o chão fugir.
“Não, não, não…” Minha cabeça balançava sozinha, como se a repetição pudesse mudar a realidade. Nate me envolveu pelos ombro