Capítulo 67 – O Entardecer
O entardecer em Valmor desenhava-se como uma pintura cuidadosamente feita, com tons dourados e alaranjados que espalhavam uma calmaria única pela cidade. Clara caminhava lentamente pelas ruas, sentindo o ar fresco tocar suavemente seu rosto enquanto segurava um pequeno pacote entre as mãos. O presente inesperado havia chegado naquela tarde, entregue por um rapaz simpático que mal dissera “Uma surpresa para você”. Seu nome estava escrito em caligrafia delicada, mas não havia remetente. A curiosidade borbulhava dentro dela, misturada com uma ansiedade doce, como quem espera por algo que não sabe exatamente o que é.
Chegando em casa, Clara sentiu o conforto familiar invadir cada canto. O cheiro da madeira da casa, o relógio que marcava as horas com um tic-tac compassado e a luz amarelada do abajur criavam um ambiente acolhedor que contrastava com a agitação do mundo lá fora. Ela sentou-se em sua poltrona favorita, perto da janela, e cuidadosamente abriu o paco