O vento gelado da manhã cortava o rosto de Clara como uma lâmina afiada enquanto ela caminhava pelas ruas do centro da cidade. Era uma manhã comum, mas, para ela, nada parecia ordinário. Seus pensamentos estavam dispersos, confusos, e sua mente ainda estava repleta das conversas com Gabriel na véspera. Ele tinha se mostrado tão paciente, tão disposto a esperar, mas havia algo dentro de Clara que a fazia questionar se ela estava realmente pronta para seguir em frente, ou se ainda estava presa ao passado.
Enquanto caminhava, ela notava a movimentação ao seu redor. Pessoas indo e vindo, carros apressados, o som das conversas e os ruídos típicos de uma cidade que nunca dorme. A rotina das ruas parecia tão distante de seus dilemas internos, mas, ao mesmo tempo, era reconfortante ver que o mundo continuava seu curso. Não importava o quão turbulenta fosse sua vida pessoal, o mundo não parava por ela.
Clara parou em frente à cafeteria onde costumava tomar seu café da manhã. Era um local sim