Julie Bianco Alencar é sinônimo catástrofe, abandonada pelo pai, sua mãe conhece Vicente, em pouco tempo eles se casam e Vicente passa ser a figura paterna que tanto fazia falta na vida de Julie, os primeiros anos foram ótimos, até Julie crescer e cair nas graças de seu padrasto. Sua infância e adolescência foi em meio ao terror de ser violada, cansada decide contar a sua mãe que por sua vez não acredita nela, e fica a favor de seu marido, a partir daquele momento a mãe a ver como inimiga. Após o falecimento de sua mãe, Julie como medo do que viria, já que Vicente decidiu que ela seria sua mulher, decide que já era hora de fugir. Julie determinada a mudar de vida, escolhe tentar a vida nos EUA, mesmo sendo de modo ilegal, uma vez que não tinha outra escolha. Determinada, Julie entra em contato com uma conhecida que indica um coiote que a ajuda a passar pela fronteira do México, pelo menos era assim que ela achava que seria. Mas mal sabia ela que sua vida iria mudar drasticamente por sua escolha mal pensada, porém nem tudo estava perdido, pois em seu caminho iria aparecer um Bilionário que salvaria sua vida, mas como nem tudo que brilha é ouro. Julie enfrentará grandes dificuldades e dilemas, após se apaixonar pelo neto seu marido. E como será que Christoffer Bennett Cooper Neto Herdeiro de Edie Bennett Cooper das Indústrias Bennett o Bilionário que salvou a vida de Julie, receberá a notícia que seu avô aos 88 anos se casou novamente e como fará com o sentimento que está surgindo conforme conhece melhor a esposa de seu avô. Muitas águas irão rolar, vamos descobrir o que vai acontecer com esses dois?
Leer másCorro pelo jardim de minha casa com Look logo atrás de mim.
- Vamos maria mole, corre mais rápido – digo passando a sua frente.Look late tentando me pegar.- Vamos Julie entre agora – minha mãe grita da porta.- Ainda é cedo mãe – grito de volta.- Não me faz ir te pegar Julie – avisa.Corro mais que depressa rumo adentro.- Banheiro mocinha – minha mãe grita novamente.- Tá bom mãe – grito de volta.Correndo em direção ao banheiro, tropeço em Look e acabo me esborrachando no chão. Look chora.- Shiu Look, se não vamos apanhar nós dois – peço tentando fazê-lo parar.O carrego para o quarto, o deixando sobre minha cama, que cachorro manhoso, já se calou. Voltou para o banheiro e no caminho mamãe aparece em minha frente.- Já estava indo mãe – trato logo de explicar.- Vai Julie – ela passa por mim revirando os olhos.Amava minha mãe, por mais brava que ela fosse, tomei banho, me arrumei e desci para jantar, já fazia tudo sozinha, sempre fomos apenas nós duas então tinha que me virar.Parei no último degrau, quando ouço a voz de um homem, nunca viera ninguém em casa, por isso desço desconfiada.- Lúcia, o cheiro tá maravilhoso – diz o homem.Me aproximo devagar, e logo o avisto, sinto um arrepio na espinha.- Venha Julie, senta princesa – minha mãe chama – esse aqui é o Vicente ele vai passar a morar conosco – informa.Apenas balanço a cabeça em concordância, o que mais poderia fazer? Era apenas uma criança de 8 anos. O primeiro ano com Vicente em casa foi mil e uma maravilhas, ele era atencioso, cheguei até chamá-lo de pai, porque realmente pensei que todo aquele amor que ele demostrava ter por mim, era realmente paternal, entretanto mal sabia eu que era tudo truque para ganhar minha confiança.Ao completar 10 anos, foi aí que meu inferno começou, sempre tive corpo demais para minha idade, e meu “pai” de criação começou a perceber isso, seus olhares foram ficando diferentes, e eu como uma criança inocente não percebia.Conforme os anos iam passando a ousadia de Vicente foi ficando cada vez maior, certa vez o vi entrando em meu quarto e ficar me olhando por horas, as vezes amanhecia o dia e ele continuava na mesma posição, meu medo a cada dia aumentava mais.Muitas das vezes quis contar a minha mãe que Vicente visitava meu quarto quase todas as noites, no entanto tinha medo dela não acreditar em mim, pois via o amor que ela sentia por ele.Dos 10 aos 15 anos Vicente apenas espreitava, mas minha mãe já havia percebido que o cuidado era exagerado para comigo, eu não podia ter amigos, meninos principalmente, ele não me deixava sair, a não ser para ir à escola e ainda assim ele ia me levar e buscar.Teve um dia que me assustei, quando no meio da madrugada ele se sentou na beirada da cama e passou as mãos em minhas pernas, um sinal de alerta soou em minha cabeça, aos 15 anos já entendia bem o que era amor paternal e o que não era.Em um pulo estava sentada no canto da cama, com Vicente me olhando com os olhos vidrados.- O que você quer aqui a essa hora? – pergunto tremendo.Ele apenas me olha intensamente, se levanta e vai embora sem soltar uma palavra.- Meu Deus o que esse homem queria aqui no meu quarto?No dia seguinte, espero Vicente sair para trabalhar e chamo minha mãe para conversar, crio coragem e me sento com ela.- Mãe, queria te contar uma coisa que a muito tempo vem acontecendo, mas só agora criei coragem para lhe contar – digo torcendo os dedos.- O que foi Julie? Fala logo, o que é – diz minha mãe impaciente – penso e repenso no vou falar – Anda Julie, fala.- Bem... – respiro fundo, peço a Deus mentalmente para que ela acredite em mim – há algum tempo o Vicente vem entrando no meu quarto no meio da noite, nas primeiras vezes ele apenas ficava próximo a porta, não chegava perto, mas ontem ele chegou mais perto, e tentou passar a mão em mim, não entendo como ele consegue entrar pois tranco a porta todas as noites mãe, estou ficando com medo.Minha mãe apenas me olha com o cenho franzindo, e balança a cabeça em negativo, como se não acreditasse no que estava dizendo, esse era meu medo.- Vicente me disse que você iria tentar acusá-lo Julie, como você pode fazer isso comigo, sua mãe? – conjectura.- Como assim mãe, eu? Seu marido desde os meus 10 anos de idade, entra no meu quarto e me observa feito um maníaco, e eu sou culpada? – neste momento estou indignada, minha própria mãe contra mim, sua única filha.- Suas acusações são graves Julie presta atenção no que está falando, por que Vicente iria te querer, quando tem a mim fedelha? – grita, e eu arregalo os olhos.- Mãe pelo amor de Deus, olha o que a senhora está falando.Começo a chorar, pois já havia percebido o quanto minha mãe era cega por Vicente, não importa o que fizesse, ela ficaria sempre ao lado dele.- Não quero ouvir essa conversa está ouvindo garota? – apenas anuí.Minha mãe simplesmente se levanta e antes de sair avisa.- Quero sonhar que você está se jogando pra cima do meu “marido” – ela dá ênfase no marido – não penso duas vezes antes de te jogar daqui está ouvindo Julie.Abaixo a cabeça e choro, quando foi que deixei de ser a princesinha dela? Foi quando Vicente passou por aquela porta, “o que vou fazer meu Deus” se minha mãe que tem o dever de me proteger, não acredita em mim, para quem vou pedir ajuda? É só eu por mim mesma.Depois daquela trágica conversa com minha mãe, minha vida ficou ainda pior, pois tinha que me proteger de Vicente e tomar cuidado com minha mãe, ela vinha tornando minha vida um inferno, me tratava como uma inimiga, não sabia de quem tinha mais medo.Minha vida era me trancar no quarto e ir à escola, até para comer eu tinha que merecer, me perguntava onde estava minha mãe, pois aquela que habitava naquela casa não era minha mãe, a mulher que me gerou e colocou no mundo, que me amou e cuidou desde o nascimento, aquela que esteve sempre do meu lado, onde estava essa mulher? Meu coração foi perdendo a cor a cada dia que passava, a cada maltrato dela, me doía muito saber que minha mãe me via assim, como uma inimiga.Os anos seguintes foram se arrastando, comigo se escondendo sempre que Vicente chegava em casa, e minha mãe ficando doente. Quando fiz 17 anos a saúde dela piorou, ela já havia ido a vários médicos e ninguém sabia o que ela tinha, ela passou a ficar mais em casa, apenas Vicente trabalhava, e eu que passei a cuidar de algumas crianças, sempre me chamavam para babá, todo trocadinho que ganhava guardava, pois sabia que em algum momento iria precisar.Certo dia cheguei em casa, e vi minha mãe caída no chão, entrei em desespero, apesar dos últimos anos ela ter me feito comer o pão que o diabo amassou, ainda assim entrei em desespero, corri para pegar o celular e ligar para o s.o.s., porém já era tarde demais, minha mãe havia me deixado, fiquei ali ao lado de seu corpo já frio até a chegada da ambulância.Como já havia imaginado, em casa mesmo constataram seu óbito, agora era esperar a chegada do IML para retirar seu corpo, a polícia chegou e me fizeram uma porção de perguntas, respondi a todas, eles perceberam meu uniforme da escola, pois quando encontrei seu corpo havia acabado de chegar.Passei o contato de Vicente para os polícias, e em poucos minutos ele já estava em casa aos pratos, o choro fingido me dava ânsia, os policiais fizeram também muitas perguntas a ele, ele se mostrava um marido desolado, chegando até soluçar, em dado momento Vicente se aproximou e me abraçou.- Agora somo apenas nós princesinha – sussurrou ao meu ouvido, senti um arrepio na espinha, cheguei a tremer um pouco.O medo do que viria era imenso, não disse nada, não conseguia nem olhar em sua cara “meu Deus o que seria de mim agora?” chorei, mas agora era de puro temor do que iria acontecer comigo.Os policiais nos encaminharam até o IML, Vicente fez todo o tramite para o sepultamento, no dia seguinte minha mãe foi enterrada, Vicente não deixou que fizessem a autopsia, alegando que essa era a vontade de minha mãe.Como já tinha já era maior de idade, Vicente não podia me trancar em casa, já havia me formado no ensino médio e estava atrás de um emprego de carteira assinada. No entanto, nada aconteceu como esperava, não conseguir emprego, Vicente ficava cada vez mais possessivo, a ponto de não me deixar olhar na janela, todas as noites trancava minha porta e colocava vários móveis para me assegurar que ele não entrasse no meu quarto durante a noite.Até um dia isso não ser mais o suficiente, Vicente empurra a porta com força, a ponto de tudo cair e ele conseguir entrar.- Pensou que iria se esconder de mim para sempre filhinha – diz olhando para meu corpo coberto por um blusão que b**e abaixo dos joelhos.- Sai do meu quarto Vicente – digo em um fio de voz, enquanto ele se aproxima.- Sempre te quis, agora que não tenho mais impedimento nenhum, você será minha – ele agarra mina cintura e esfrega seu membro rijo em mim, me debato.- Me solta Vicente – grito.- Calada gatinha – diz cheirando meu pescoço.- Vou gritar, me solta – o empurro.- Não adianta lutar princesa, temos a vida toda juntos – diz e enfim me solta – se acostuma a partir de hoje você é minha mulher, já tem idade para casar-se, tem 19 não é? – pergunta e nada digo.Vicente mostra seus dentes amarelados, sinto nojo, nunca que esse homem irá colocar as mãos em mim, prefiro a morte.10 Anos Depois... Hoje me sinto nostálgica, observando todos a mesa conversando e rindo, minhas filhas algumas já na fase adulta, outra entrando na juventude, outros na adolescência, como a vida passa num piscar de olhos.- Mãe, o que a senhora acha? – Louise me trás de volta a terra.- Sobre? – ela revira os olhos entendo que não estava prestando atenção na conversa.- Sobre o apartamento, é muito ruim ficar em dormitório, estava explicando para as meninas, podemos dividir um apartamento, o que a senhora acha? – não é uma má ideia.- Acho bom, assim você fica de olho nesses duas – Lara e Sophie reviram os olhos – vamos convencer o grandão – as três batem palmas animadas.- Vamos logo escolher o apartamento, papai não vai nos deixar na rua – Sophie dramatiza.- Também vou querer um apartamento quando for pra faculdade – Gael dispara enfiando um pedaço de pão na boca.- Tua hora vai chegar, e cuida se não vai atrasar – Ele praticamente corre e Ellie segue atrás feito um carrapato.Fin
Minha cabeça dói em um nível quase insuportável, o que aconteceu? Ouço vozes ao meu redor, porém não reconheço, tento abrir os olhos, mas assim como minha cabeça, meus olhos também latejam e acabo que não consigo abrir os olhos.- Alguém? – chamo de olhos fechados, sinto uma mão em meu braço.- Senhor Bennett, sou Martha a enfermeira – estou em um hospital? – precisa de algo?- Minha cabeça e olhos doem, quero abrir os olhos, porém a luz incomoda.- Ah ok, só um minuto – diz e se afasta – tenta abrir novamente – pede e assim faço, a sala está escura e assim é menos doloroso.- Obrigado... o que aconteceu e onde está minha esposa? – pergunto enquanto a moça mexe no soro.- A senhora Julie só esteve aqui ontem senhor – diz.- Ok... – forço a mente a lembrar o que aconteceu?Helena, ela esteve na minha sala, disse que queria uma trégua, levantou a bandeira branca, trouxe até um vinho irlandês, caralho... depois disso apagão total.Procurou pelo celular, acho que a enfermeira colocou algo
Está muito calmo, essa calmaria me assusta, Helena sumiu, mesmo depois de Chris a processar ela não deu o ar da graça, até onde sei ela perdeu tudo, sua empresa faliu e tenho certeza de que isso tem dedo de Christoffer e Lorenzo, se me importo? Nem um pouco, cada um colhe o que planta. Hoje iremos visitar as meninas resgatadas há um mês, a grande maioria delas não tem famílias, ou os familiares não as querem, pelo menos aqui elas terão uma oportunidade.Hoje também é a audiência de adoção, sabemos que está tudo certo, essa audiência é apenas uma formalidade, nas investigações não descobriram nada sobre a menina, ela já até estar em casa, se deu super bem com as meninas, por ser a mais nova o cuidado com ela é dobrado, agora ela se chama Ellie Alencar Bennett, quem diria que aos 25 anos seria mãe de cinco crianças, sinceramente não mudaria nada, meu amor por eles é incondicional, Chris disse que vou adotar um orfanato inteiro, se isso for ajudar a dar um lar decente não me importarei
Minha branquinha está muito preocupada com as meninas que deram entrada no centro de acolhimento, há algumas bem machucadas, a vi chorando esses dias, essas meninas são um gatilho para ela, ela passou por tudo o que elas passaram, ela mesmo contou já que não lembro, isso é uma ferida ainda não cicatrizada, se é que algum dia essa ferida irá cicatrizar, ao ouvir os relato das meninas, acionou um gatilho nela causando até pesadelos, apesar de seu algoz está morto, ainda existem outros, ela está brava, com raiva de não poder fazer nada para eliminar cada um deles.Isso não está em suas mãos, o que pode fazer nesse momento é acolher cada uma delas, tentar achar os familiares de cada uma, há apenas uma criança pequena de três aninhos, havia uma ficha com “vendida” escrita em letras garrafais, não havia nomes ou endereços apenas, fotos e idade da criança, “casal/Alemanha” únicos dados existentes naquela ficha.Se não localizarmos nada sobre ela, ela irá para adoção e Julie está pensando em
Não conseguir dormir a noite inteira, mesmo depois de arte que fizemos no carro, nem assim conseguir chegar a exaustão, minha cabeça está a mil por hora, se essa Helena teve a coragem de tentar algo contra mim, ela tem coragem para muito mais, logo quando a vi tive a sensação de que ela não era flor que se cheire, foi muito estranho a fácil aceitação dela, para a mulher que abriu a boca para dizer que eu nunca conseguiria voltar para vida de Chris, aceitou muito fácil a decisão dele.Levanto-me antes dele, meu reflexo no espelho é muito ruim, olheiras fundas, minha preocupação maior é dela atacar onde mais me dói, meus filhos, ela não machucaria crianças inocentes, machucaria?Não quero pagar para ver, se ela vier, vai achar para o dela, já deixei gente demais me machucar, interferir na minha vida, já sofri demais, comi o pão que o diabo amassou na mão de Enzo, perdi pessoas demais, não vou permitir que essa mulherzinha de quinta faça mal a mim ou a minha família.Com esse pensamento
Despois do susto de hoje mais cedo, agora estamos de frente com as pessoas que estavam nos seguindo.- Eaí? – Julie pergunta a Lorenzo.- Não abriram a boca, mas já sabemos de onde são – diz.Julie assente e se aproxima dos dois homens amarrados a cadeira, ela se senta a frente deles e cruza as pernas, eles observam sua desenvoltura.- Vão falar por bem ou por mal? – pergunta, os dois se olham e caem na gargalhada.- Quem essa puta pensa que é – diz em irlandês, já faço uma ideia quem foi a mandante, um deles cospe em seu pé, decido que isso é trabalho para mim, mas Lorenzo me segura.- Relaxa irmão, Julie resolve – mesmo não tendo muita certeza permaneço em meu lugar apenas como expectador.Então Julie faz um o que nenhum dos dois esperava, levanta-se e chuta a cara de mim, isso mesmo chuta a cara do que cuspiu em seu pé, assim limpando o sujo de sua bota.O homem cospe sangue, acho que até alguns dentes.- Quem será o primeiro a falar? – pergunta se aproximando de um pequeno armário
Último capítulo