99. A Sinceridade Brutal
“Ettore Bianchi”
Minha mãe me encara como se tivesse visto um fantasma. A satisfação que brilhava em seus olhos foi substituída por algo que raramente vejo nela: pânico.
— Ettore! — ela exclama, nervosa. — Você não entendeu direito. Eu estava apenas…
— Chega! — corto. — Chega de mentiras.
— Querido, eu só estava… provocando a Liz — ela insiste, num tom baixo. — Acha mesmo que eu faria algo assim?
— Essa é exatamente a pergunta que estou me fazendo — respondo, entrando no escritório e fechando a porta atrás de mim. — Por que quis destruir três anos da minha vida por puro capricho?
— Não foi capricho — rebate, levantando-se da cadeira com a dignidade que sempre usa como escudo. — Foi proteção. Você estava prestes a jogar fora seu futuro por… por ela!
Aponta para Liz como se minha mulher fosse algo repugnante.
— Meu futuro? — repito, sentindo a raiva subir pela garganta. — Ou o futuro que você havia planejado para mim?
— É a mesma coisa!
— NÃO É A MESMA COISA, PORRA! — explodo,