Batendo de frente com o pai...
Estamos em frente a barricada da minha comunidade, desço o meu vidro enquanto Bêh desce o dele, olho para os moleques da contenção e digo:
— Sou eu, pode liberar!
Ordeno.
Fiel, um dos seguranças fica encarando Bêh por alguns segundos e depois se afasta um pouco passando um rádio para o meu pai.
— Aí chefe, sua filha chegou, mas está com o mauricinho da maré, deixo subir?
Não ouço o que meu pai diz, mas fiel libera a nossa passagem.
Assim que Bêh estaciona o carro em frente a minha casa, meu pai já está lá me esperando. Ele tem três seguranças ao seu lado, todos fortemente armados e ele tem uma Glock cromada em sua cintura amostra.
Eu conhecia meu pai, aquilo era a forma dele de ameaçar.
Ainda estamos no carro, Bêh olha em direção ao meu pai, depois me olha e diz:
— Quer que eu converse com ele?
— Não, não precisa... Essa conversa é minha.
— Tô com medo!
Ele me olha nos olhos.
— De que? Meu pai não vai te tocar...
— Não é do seu pai! Tô com medo de você não me querer mai