Capítulo 3. Fúria

A porta foi fechada enquanto ela ainda estava jogada no chão e a fúria se acendeu dentro dela, não contra ele, mas contra sua irmã. Foi para o seu quarto, vestiu-se e desceu até a masmorra, iria descontar a raiva naquela que merecia. 

Saulo tomou banho sem imaginar o que estava acontecendo, deitou-se e dormiu, tranquilo, enquanto Larissa sofria. Seus gritos eram abafados pelas paredes grossas do subterrâneo do Castelo e as risadas de Drucila faziam eco nas mesmas paredes.

A pobre fêmea estava acorrentada em uma parede, com braços esticados presos pelos pulsos, assim como os tornozelos, por grilhões. De cara para a parede, não percebia quando o chicote chegava, apenas sentia a dor. Já estava rouca de tanto gritar e pedir socorro, mas só os risos sádicos de sua irmã eram ouvidos.

Drucila só parou quando cansou e as costas de Larissa estavam em carne viva e sangue. Chamou o guarda, que chegou trazendo um balde contendo água e sal.

— Jogue nas costas dessa criminosa, é o que ela merece por matar meus pais.

— Sim, senhora.

Larissa estava desmaiada, mas estremeceu quando a água salgada bateu em suas costas feridas. Foi largada lá e ficou até o dia seguinte, quando foram levar sua refeição. A serva responsável ficou chocada com a aparência da jovem e pensou que já não tinha vida.

— Vá chamar o médico… criminosa ou não, ninguém merece isso.

O guarda do dia correu para obedecer e cruzou com o Alfa, que o parou:

— Por quê a pressa?

O guarda, com receio do que o Alfa faria se soubesse, mentiu.

— Vou buscar algo que esqueci em casa, Alfa, com licença.

Continuou correndo e disfarçando a direção para onde ia. Quando voltou, tomou cuidado para não ser visto, não queria confusão para si.

O Alfa nunca soube do ocorrido e resolveu manter Larissa presa para protegê-la da irmã. Infelizmente, não conseguiram provas suficientes de que outra pessoa armou para Larissa e tudo continuou do jeito que estava. Saulo não a podia inocentar baseado em seu olfato.

Uma vez por mês, Drucila visitava Larissa na cadeia e a torturava de uma forma diferente. A jovem estava com o corpo coberto de feridas e hematomas de cores diversas, que demoravam a curar por ainda não ter sua loba.

Com o tempo passando, apesar de aproveitar a companhia de sua protegida, Luna Dolores notou que seu filho havia dispensado Drucila e foi questioná-lo. Bateu na porta do escritório e foi autorizada a entrar.

— Bom dia, meu filho.

Notando que era a sua mãe que entrava,  levantou os olhos dos documentos que examinava e a fitou com carinho.

— Bom dia, mãe. O que posso fazer pela senhora?

Ela sentou-se antes de começar a falar. Nunca se envolvia nos assuntos do filho, mas gostava da fêmea doce que a tratava tão bem e queria-a como nora.

— Notei que você se afastou de Drucila. O que houve, não gostou dela?

— Não é isso…é algo estranho com Soul, ele não quer mais nenhuma fêmea, diz que nossa companheira está próxima e sente nojo das outras.

— Ôh…então é isso. Se é assim, está explicado. Espero que seja uma fêmea condizente com a posição que vai ocupar.

— Eu espero que me dê filhotes. — Sorriu ele, esperançoso.

— Sim, você merece, meu filho. Vou deixá-lo trabalhar.

Dolores foi para sua ala no castelo e encontrou Drucila a esperando.

— Oi, querida, está aqui há muito tempo?

— Não, senhora. Vim trocar as flores de seu quarto.

— Você é tão gentil, queria muito que fosse minha nora. — disse e fez um carinho no rosto da fêmea.

— Pensei que tinha conquistado o Alfa, mas de repente, ele me rejeitou… 

Drucila era uma excelente atriz, pois até lágrimas saíram de seus olhos. A Luna, penalizada, consolou-a.

— Não fique assim, minha jovem. Não tem nada a ver com você. Fui conversar com ele e fiquei sabendo que é o lobo dele que não quer.

— Por quê Soul me rejeitaria?

— Ele está sentindo a companheira dele por perto e sente nojo de outras fêmeas.

Drucila franziu a testa, mas logo se controlou, sabia que era culpa de sua irmã e seu desejo de ver o sangue escorrendo de seu corpo, fê-la sorrir, planejando o que faria a noite. Seria algo muito especial.

Drucila entrou em ebulição por dentro, mas não deixou transparecer, continuou agindo com carinho e cuidando da Luna, mas pensava:

Aquela desgraçada, até mesmo presa está me atrapalhando. Então é ela a companheira do Alfa, preciso acabar com ela, antes que se transforme. 

Tentando disfarçar, falou para a Luna, que a olhava, curiosa em saber sua reação.

— Que bom para o nosso Alfa e para a nossa Alcateia. Espero que ela seja digna da honra de ser a Luna.

Dolores sorriu complacente.

— Creio que se não fosse por isso, ele ficaria com você. Afinal, você é tão doce e carinhosa, que macho não se agradaria?

Drucila não via a hora de deixar a Luna e ir a masmorra e assim que se despediu, chamou seu companheiro, sim, ela havia encontrado e era um dos guardas da prisão. 

— Oi, amor, está de serviço hoje?

— Sim, pego em uma hora. Quer dar uns pegas, é?

— Com certeza, mas antes, quero aquele aperitivo…

Carl não entendia por que sua fêmea ficava tão excitada depois de torturar a irmã. Talvez fosse o frenesi, mas ele não se incomodava, o sexo. era estupendo e ele não perderia isso, preocupado com uma assassina.

— Espero por você, lá.

— Estou super quente, amor.

Ela queria engravidar e dizer que era do Alfa, daria um jeito,mesmo ele não querendo, de passarem uma noite juntos. Caso ele descobrisse sua irmã, diria que era um laço falso, geito por bruxaria e que a verdadeira Luna era ela. Com um filhote no ventre, quem duvidaria?

Desceu, levando uma bolsa com os apetrechos que usaria e encontrou Larissa já presa na parede, mas amordaçada.

— Olá, irmãzinha, falta pouco para o seu aniversário e vou te presentear toda semana. Hoje vou te dar algo especial.

— Hum, hum — Larissa tentou se expressar e gritar, mas não conseguiu.

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