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Capítulo 2. Investigação

Prenderam-na sem deixá-la falar, tal a revolta que sentiram e com a má reputação que Drucila plantou sobre a irmã, não lhe deram a chance de se defender.

Saulo reuniu os anciãos, uma semana depois da prisão e depois de ouvirem a narrativa do responsável pela investigação, perguntou:

— O que acham do caso?

— Já ouviram a menina? — perguntou o mais antigo e sábio.

A Luna, que estava presente, narrou o que sabia sobre o comportamento da acusada, contado por sua irmã.

— Por este comportamento, creio que ela foi capaz, sim, de fazer o que fez.

Saulo lembrou do encontro das duas irmãs e interviu:

— Ela se diz inocente, que nem sabia que seus pais haviam retornado, mas era a única que estava em casa. Como sabem, seu irmão Lucas está morando no alojamento e Drucila é minha concubina e mora aqui. 

— Fica difícil de considerá-la inocente, com as provas apontando para ela. — disse outro ancião.

— O que sugerem?

— Ela ainda não é adulta e sua loba não acordou, sugiro esperarmos até que atinja a maioridade e já tenha sua loba, para a julgarmos. Talvez o tempo a faça confessar. — disse o mais velho.

A Luna não gostou de manter aquela praga, viva, mas aceitou, pois não tinha voz ativa na assembleia e assim, todos votaram aprovando a sugestão.

— Então, está decidido, ela permanecerá presa e cuidada até sua loba sair e faremos o julgamento. Até lá, ordeno que investiguem mais. Quero saber a origem do veneno e se realmente não entrou mais ninguém na casa.

— Sim, Alfa.

Saulo, Alfa da Alcateia Ancestral, estava desgostoso com a situação da caçula de seu Beta Solomon, falecido. Conhecia bem a família e sabia do carinho que nutriam pela caçula. Chegou a vê-la, várias vezes, na floresta, treinando com o pai e a achava linda e muito doce.

Foi para a floresta e deixou Soul sair e correr, quando pararam, no alto do morro, conversaram.

— O que acha dessa situação, Soul?

— Aquela pequena fêmea não me pareceu ter um gênio ruim, ao contrário de sua irmã. Aliás, estou pegando nojo dela. Sua loba é muito arrogante. 

— Mas bem que você gosta de nossas transas.

—  Só porque ela parece saber bem como nos agradar, mas já está batida.

— Também acho, mas voltando à irmã, o que acontecerá com ela, depois de passar um ano presa?

— É difícil prever, mais difícil ainda será dar uma sentença. Por quê não fazemos uma investigação nós mesmos? 

— Boa ideia, vamos até a casa.

Correram novamente e quando se aproximaram da casa, pararam. Já haviam passado oito dias e para os lobos comuns, não havia mais vestígios, mas para eles, que são Alfas, ainda era bem perceptível o aroma adocicado e enjoativo de Drucila. 

— Será que foi ela? — perguntou Soul.

— Não posso acreditar, talvez seja só por que ela mora aqui perto. As histórias que ela conta sobre a irmã são terríveis, mas seria o contrário. Não seria estranho, já ouvi histórias de fêmeas ciumentas e invejosas, que denigrem a imagem de outras.

— Sinto cheiro de acônito junto com o perfume de Drucila e olha essas pegadas. Esse caminho leva ao castelo.

— Será que estou dormindo com o capeta?

O som de uma risada ecoou na mente de Saulo, mas por fora não se via a diversão do lobo.

— Espero que, de hoje em diante, você não durma mais com ela.

— Não o farei. Vamos até a casa.

Entraram na casa e Saulo assumiu, pois o lobo era muito grande e mal passava pela porta. Encontraram seu beta Leonel, dentro da casa.

— Investigando, Leonel?

— Sim, Alfa. Algo nessa história está muito mal contado. 

— O que, por exemplo?

— Larissa ainda é muito jovem e não lhe é permitido o acesso a venenos. Além disso, as digitais no copo estão ao contrário, como se ela pegasse no copo virado para baixo.

— Nesse caso, teriam mais digitais, o que prova que outra pessoa a fez segurar o copo. Encontrou algum vestígio da embalagem do veneno?

— Apenas um saquinho no chão com um resquício de pó.

— Verifique se tem digital ou DNA e se o conteúdo é acônito.

— Sim. O investimento naquele laboratório está valendo a pena.

— Pois é, embora, a princípio, fosse para investigar os venenos utilizados por nossos inimigos, ele serve para muitas coisas.

Andaram pela casa, procurando mais algumas coisas e perceberam que o casal não tinha sequer desfeito as malas.

— Talvez, Larissa tenha dito a verdade sobre não ter visto os pais chegarem. Eu soube que chegaram bem tarde. — disse o Alfa, lembrando da conversa das irmãs.

— Se não foi ela quem fez, o responsável planejou tudo muito bem.

Na mente de Saulo, tudo se encaixava e só havia uma pessoa, responsável pela morte dos pais: Drucila.

— Quero que verifique uma última coisa, se o guarda do portão no dia em que o casal voltou, contou a alguém de seu regresso. 

— Está desconfiando de alguém específico, Alfa?

— É melhor manter sigilo, não conte sobre isso a ninguém. Vou manter a versão atual ou o estrago será muito grande.

— Com certeza, Alfa.

Os dois deixaram a casa e Soul assumiu e correu pela floresta até chegar em casa. Solon entrou e foi direto para o quarto, aproveitando que era madrugada e ninguém estava andando pela casa, estava nu e tomou um susto ao ver do Drucila deitada em sua cama. 

— Saia, agora! — falou irritado, mas sem gritar, para não acordar sua mãe.

— Eu estava te esperando, meu amor. Sei que anda estressado e vim lhe aliviar.

Andando para o banheiro, Ele ordenou novamente: 

— Saia! Não te quero aqui nunca mais.

Levantando-se ela, também nua, correu até ele, abraçando sua cintura por trás. Ele, que já estava com nojo dela, virou-se e segurou-a pelo pescoço, arrastando-a até a porta e a jogando no corredor.

— Se não quiser sair daqui aos pedaços, não apareça mais na minha frente.

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