Seis meses depois.
— Está pronto para ir para casa? — Carmem me perguntou, enquanto entrava no meu quarto. Sua voz sempre me fazia sorrir, seu timbre era calmo e acalentador, igual de uma avó feliz em ver o neto.
A voz dela me tranquilizava, mesmo que por pouco tempo.
— Não vejo a hora! — Respondi eufórico e só então percebi o quão ansioso estava para sair dali.
— Precisa de ajuda? — Ela perguntou enquanto se colocava ao meu lado.
Levantei levemente a cabeça e neguei, sorrio para ela que sorri de volta, assentindo. Voltei a atenção ao que estava fazendo; arrumar minhas malas. Havia uma série de coisas espalhadas pela cama; roupas, livros, meus medicamentos e com calma organizava tudo na mala, tentando conter a excitação por antecipação para sair dali. Sabia que do outro lado do portão em menos de 1 hora minha mãe estaria me esperando e isso enchia meu peito de um misto de sentimentos, dentre eles; alegria e saudade.
— Terminei! — Falei mais animado do que o normal, colocand