CARMINE
Como não preciso ir ao colégio, acordei mais tarde hoje. É uma surpresa encontrar meu pai com a roupa de trabalho, sentado diante da mesa da cozinha com o notebook aberto.
— Bom dia, pai.
— Bom dia, minha querida.
Olho o site aberto e vejo que é sobre vagas de emprego.
— Eles já te demitiram?
Eu sabia que iria acontecer algo assim, só não esperava que fosse tão rápido.
— Alegaram cortes. — Ele dá de ombros.
— O senhor Seven vai se responsabilizar por isso, pai. Da mesma forma que você e a mamãe fariam se fosse eu no lugar do Raoul.
— Não precisa disso, minha querida. Seu pai não está tão por fora das tendências ainda. E não sei se quero me envolver nos trabalhos daquela família.
E eu também não quero isso.
— Me sinto tão culpada.
— Sem motivo. — Aponta a cadeira a sua frente. — Agora tome seu café antes que chegue o horário do almoço, dorminhoca.
Obedeço o meu pai e aproveito que nós dois estamos de “folga” para passar o dia com ele.
Somos tão amigos que raramente me lembro qu