CARMINE
É difícil carregar Monica. Ela parece ter perdido as forças das pernas.
Quando finalmente consigo que ela sente em uma cadeira no corredor, desabo na do seu lado, exausta.
— Me desculpe. — Ela fala de repente. Não pergunto o porquê do pedido, pois sinto que irá dizer. — Eu tinha inveja de você. Queria que alguém me amasse e me protegesse da mesma forma que ele fazia.
Sei que se refere a Raoul e a todas as vezes que implicou comigo por causa dele.
— Ainda vai conhecer essa pessoa — digo simplesmente.
Nesse momento não cabe fingir que nosso passado foi de flores.
Ela sorri se humor.
— Duvido.
— Nunca duvide de Carmine Rocha.
Ela ri. E lágrimas voltam a rolar pelo seu rosto, destruindo a maquiagem de quem até poucos minutos estava deslumbrante dançando com um vestido dourado.
— Eu não sou uma boa pessoa. Sou uma covarde que esperou alguém denunciar ele. E deixei a magoa me transformar em uma vadia.
— Mas é uma vadia legal. Pelo menos quando não está arrancando meu cabelo. Eu semp