Parte 50...
Domenico
Acabamos cochilando um pouco depois de termos feito um amor de reconciliação. Eu acho que foi reconciliação. Ela ainda estava deitada, os cabelos espalhados no travesseiro, a respiração lenta, pele marcada, mas agora tinha também minhas mãos, minha boca. O lençol escorregava pelas curvas nuas do seu corpo, provocando mais do que cobrindo.
Eu me apoiei no cotovelo e fiquei olhando. Tinha algo nela que me desmontava por dentro e, ao mesmo tempo, me dava vontade de prender, esconder, proteger de tudo e de todos.
E eu tenho que admitir pra mim e para ela também, que eu estava enganada. Ela se esticou e fez uma careta de dor quando bateu a mão em cima do machucado no rosto.
— Que horas são? - se esticou de novo.
— Não sei... - corri o dedo em seu rosto devagar — Vem comigo pra Palermo - falei, sem rodeios. Ela abriu os olhos, devagar, como se quisesse evitar o assunto.
— Já começamos assim, Domenico? - suspirou, se espreguiçando — Não, eu vou ficar aqui. Essa casa é mi