Selena foi levada ao quarto por um dos guardiões, com a perna ferida e a mente ainda em estado de choque.
Darian, naquele momento, ainda não era homem — era lobo.
A fera que rasgava corredores, uivava sobre telhados e varria o medo como um instinto sem freios.
Ela deixou que o levassem. Mas o olhar... o olhar ficou no corredor, onde ele desapareceu.
No fundo, sabia que ele voltaria.
E quando voltasse, não seria mais o mesmo.
Horas depois, com a madrugada já dando lugar ao céu pálido da manhã, ele entrou.
Darian estava de volta à forma humana.
Vestia roupas limpas, mas o corpo carregava os traços da transformação: cortes nos ombros, o olhar exausto, os passos mais contidos que de costume.
Encontrou Selena sentada na beira da cama.
A perna enfaixada.
Os olhos firmes.
— Você está aqui — ela disse, antes que ele abrisse a boca.
— Onde mais estaria?
Ele caminhou até ela e se ajoelhou, observando o ferimento com atenção.
Com delicadeza, passou os dedos sobre as ataduras.
— Dó