A noite caía espessa como tinta sobre a floresta.
Selena caminhava em silêncio, o coração batendo em um ritmo que não era só dela.
A cada passo, sentia o peso do que estava fazendo. Não um fardo… mas a gravidade de quem cruza um limite sem volta.
O castelo surgiu entre as árvores como uma lembrança antiga.
Imponente. Acolhedor. Imóvel.
Como se tivesse esperado por ela por séculos.
Ela parou diante dos portões. O vento soprou com força, como se testasse sua firmeza.
E ela não recuou.
> “Não estou aqui porque me chamou.
Estou aqui porque eu ouvi... mesmo no silêncio.”
E então empurrou os portões.
Darian já a esperava.
De pé no salão principal, as mãos cerradas, o rosto imóvel — até vê-la.
O que veio depois não foi sorriso.
Foi quebra.
Alívio misturado à dor. Medo misturado ao que ele já não sabia nomear.
Ele caminhou até ela como quem atravessa um campo minado, até parar a um passo.
— Você veio.
— Eu vim.
Por você.
E por mim.
A voz dela não tremia. Mas seus olhos…
A