Capítulo 4 Verdadeiro santuário

Ela não era mais aquela Olívia frágil e ingênua daquele passado, e o pesadelo a lembrou disso. Ela era uma nova pessoa, forte e livre. Ela estava em casa. Ela estava segura. Ela aprendeu que existem pessoas boas e más, que ela não precisava se sujeitar em uma vida sem amor, agora ela tinha pessoas valiosas ao seu redor.

A nova versão de Olívia olhava para a memória daquele casamento não com amargura, mas com um senso de libertação. Os pesadelos ainda a atormentavam em algumas noites, mas a frequência havia diminuído. Antes eram todas as noites, agora por mais aterrorizante que fosse, ela lembrou de quão longe ela havia chegado.

Quando a prima Beca sofreu um acidente todos ao seu redor se levantaram para acusar ela sem provas, mesmo a família Hawksmoor investigando e sem resultados, ela foi condenada por sua família. Se não fosse por sua avó, ela estaria na cadeia agora. Olívia ouviu que Liam se vingou de toda a família Irving, mas ela nunca quis saber os detalhes.

A lembrança da traição não a destrói mais, agora em vez disso, a fortalece, servindo como um lembrete constante de sua resiliência e de que, no final, a única aprovação que ela precisa é a sua própria. Ela não barganhava seus sentimentos. Depois do banho ela seguiu sua rotina, colocou uma roupa casual, desceu as escadas da frente em direção ao carro, dirigiu por alguns minutos e chegou a cafeteria no centro da pequena cidade.

- Bom dia doce Liv!

Olívia abriu um sorriso para Jeffe, o dono da cafeteria, ele e sua esposa Jenny junto com a doce senhora Hari, a acolheram quando ela chegou a esse país, eram bons amigos de sua avó. Eles foram os primeiros a cobrir a sua vida com afeto paternal genuíno, com eles aprendeu a olhar para si mesma e o que era amor e cuidado. Depois a cidade toda a acolheu também, seu pequeno paraíso, onde a vida era boa de verdade. Como a cidade era pequena, todos se conheciam e se cumprimentavam amigáveis e gentis.

- Olá Jeffe! E a Jenny?

- Está lá dentro colocando os bolos para assar. Você já está indo?

- Sim, tenho encomendas na floricultura. Mas vou levar um café com leite e um pão doce.

- Só um minuto!

Essa era a sua vida agora. Antes era passado e ela não queria voltar nunca mais.

O sol da manhã beijava a rua de paralelepípedos, esgueirando-se entre os prédios antigos para iluminar a placa de madeira entalhada com letras elegantes, "Jardim da Flor". Olívia destrancou a porta, o guizo de metal pendurado nela ecoando um tilintar alegre que sempre a fazia sorrir. Ela respirou fundo, inalando o perfume inconfundível de sua floricultura, um cheiro de casa, a terra molhada, lírios frescos e o toque suave de alecrim.

A luz dourada do amanhecer fazia as pétalas de cada flor parecerem pequenas joias coloridas, e o ar-condicionado já lutava contra o calor da rua. Ela caminhou até os fundos,um pequeno pátio onde havia uma mesa de metal, lá sentou e tomou o seu café da manhã. Era um pequeno ritual que fazia desde que se mudou para esta cidade.

Graças a esse lugar nunca mais precisou fazer uma refeição acompanhada de frieza e falsidade. Agora comer era um prazer, não havia dramas e nem confrontos. Depois começou a trabalhar alegremente. Ainda estava arrumando um buquê de margaridas quando o guizo da porta tocou novamente.

— Bom dia, dona Liv! — disse uma voz jovem e animada. Era Sofia, sua ajudante, uma garota de 19 anos com um sorriso largo e olhos cheios de vida. Ela tinha um filho, Richy, o pai havia falecido em um acidente de moto. Em desespero, Sofia tentou encontrar trabalho, mas sempre que uma emergência acontecia ela era mandada embora. Olívia não, ela sempre apoio a maternidade de Sofia, sempre que era necessário ela podia atender as emergências da criança ou mesmo trazer ele junto, a chefe não se impotava.

— Bom dia, Sofia! — Olívia respondeu, o sorriso dela se alargando. — Chegou na hora certa. Temos uma avalanche de pedidos para hoje, a noiva quer tudo pronto até o meio-dia.

Ela foi para a parte de trás da loja. O espaço era um verdadeiro santuário, um universo à parte onde a magia acontecia. O chão era de cimento, e as bancadas de madeira maciça estavam forradas com papel craft, prontas para a criação.

O ar ali era mais fresco, mais úmido, saturado de fragrâncias mais complexas. Olívia começou a trabalhar. Suas mãos, habilidosas, moviam-se com uma dança silenciosa entre caules, fitas e papéis. Ela montava um arranjo de rosas brancas e tulípas, cada flor escolhida a dedo, cada fita amarrada com cuidado meticuloso.

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