Capítulo 4
Ponto de Vista de Evelyn

A expressão de Isabella vacilou de repente, e ela cambaleou alguns passos para trás, chorando:

— Por que você me amaldiçoaria assim, Evelyn? O que foi que eu fiz de errado?

Ela agia como se eu tivesse batido nela.

Claro que era tudo um teatro para Eric.

Ele correu até Isabella e a puxou para seus braços.

— Você se machucou, Isabella? Está tudo bem?

Isabella mordeu o lábio.

— Evelyn, eu sei que você está brava comigo por ter me casado com seu ex-noivo. Mas eu só queria me redimir, colocar a conversa em dia. E ainda assim você está tão magoada comigo. Ainda ama Alexander, mesmo depois de ter se casado com Eric?

Ela estreitou os olhos e acrescentou:

— Mesmo que me odeie, você não deveria fazer isso com o Eric — amar outro homem depois de ter aceitado se casar com ele...

Ela lançou um olhar a Eric novamente, abaixando a voz.

— Não fique bravo, Eric. Evelyn e Alexander têm uma longa história juntos...

Eric se virou para mim, com a voz carregada de acusação:

— Então você ainda ama o Alexander? Foi ele que você ligou aquele dia, não foi? E agora ataca a Isabella, agindo como uma maluca. O que aconteceu não foi culpa deles. Foi sua. Se você não tivesse ido pra prisão pelos seus crimes, nada disso teria acontecido.

Meus crimes? Minha culpa?

Me levantei do chão, encarando Eric.

— Já que estamos falando de fatos e culpas, Eric, me diz uma coisa: você me amava como dizia? Se casou comigo porque sentia de verdade?

A expressão de Eric mudou na hora, e ele gritou:

— Parece que a Sra. Graves não só perdeu o controle da raiva, como também perdeu a cabeça. Tranque ela, Adam. Não deixe sair até eu mandar.

E então ele pegou Isabella nos braços como se fosse uma princesa e foi embora.

Adam se agachou diante de mim.

— Agora acho que está na hora de um pouco de diversão antes de te trancar. O que me diz?

— Nem se atreva a chegar perto de mim! — Gritei.

— Calma. — Ele zombou. — Não quero seu corpo nem nada. Só vou gravar um vídeo seu rastejando de volta pro carro. Você acha mesmo que vou te carregar até lá?

Eu não me mexi.

Ele se inclinou mais perto, com a voz fria:

— Se não se mexer, talvez eu tenha que fazer algo que você não vai gostar.

Mordi o lábio com tanta força que senti o gosto de sangue. Então, sem nenhuma dignidade restante, comecei a rastejar — como um cachorro — pela terra.

Adam riu, segurando o celular no alto, gravando com prazer a minha humilhação até o carro.

Quando finalmente cheguei no banco de trás, apaguei.

Quando acordei, já tinha se passado um dia inteiro. Eu estava deitada na cama do quarto de Eric.

Por sorte, meu celular ainda estava no bolso e não tinham tirado de mim. Abri o aparelho, e imediatamente uma enxurrada de mensagens de Isabella apareceu, junto com vídeos e fotos.

Os vídeos mostravam Eric beijando delicadamente o rosto de Isabella, surpreendendo ela com a nova coleção de joias, ou levando-a a um restaurante francês sofisticado e dançando com ela ao som de um solo de violino.

Cada momento era tão estranho para mim. Mesmo durante os nossos quatro anos de casamento de fachada, Eric nunca tinha mostrado esse lado para mim.

Eu conseguia ver nos olhos dele o quanto estava apaixonado por Isabella.

Engoli o nó na garganta e me levantei devagar da cama.

Fui até o escritório e peguei os papéis de divórcio que tinha preparado no dia em que descobri a verdade, junto com a foto e a passagem de avião da vez em que fui ao México. Deixei tudo no criado-mudo.

Eric com certeza iria notar.

Então, ouvi um barulho vindo da porta. Os homens de Caleb tinham chegado.

Enquanto eles arrombavam a porta, presumivelmente para me tirar da casa de Eric, apareceu uma mensagem dele no meu celular:

“Você já se acalmou? Ainda vai continuar falando besteira? Peça desculpas à Srta. Isabella por tê-la empurrado, e talvez eu te perdoe pelo que disse outro dia. Não me faça passar vergonha, Evelyn. Você sabe que eu não gosto disso.”

Respondi simplesmente:

“Meu único erro foi ter salvado sua vida no México, quando eu devia ter deixado você morrer naquela troca de tiros.”

Então, joguei o celular contra a parede e saí andando.

O telefone ainda vibrava no chão, mas eu não olhei para trás nem por um segundo.

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