Carolina ficou um pouco surpresa.
A família Carvalho era um clã tradicional, com regras rígidas. Se alguém cometia um erro, cabia ao chefe, Wallace, a responsabilidade de disciplinar.
Ela já esperava que ele viesse se desculpar, mas não imaginava que fosse com tanta sinceridade e solenidade. Aquilo destoava de sua reputação de homem frio e arrogante.
As aparências, de novo, a enganavam.
— Aceito o pedido de desculpas. — Respondeu Carolina, ainda atônita, mas sem falsa modéstia.
O cerco de Sérgio naquela tarde quase lhe custara caro. Se não tivesse se preparada, provavelmente sairia dali com um braço quebrado, ou pior. Não estaria tão confortável sentada naquela cama conversando.
Wallace endireitou o corpo e sentou-se no sofá ao lado. Em um instante, a humildade da reverência se dissipou, dando lugar à imponência natural de quem nascera para o comando. Nele, a máxima de que “um homem de valor sabe a hora de se curvar e a hora de se levantar” tornava-se quase palpável.
— Srta. Carolina,