Quando Roberto voltou, trazia uma sacola na mão. Colocou-a diretamente no banco de trás, sem que Carolina conseguisse ver o que havia dentro.
O olhar dele passou rapidamente pelo pescoço dela antes de ligar o carro.
— Obrigada. — Carolina agora usava um lenço de seda com estampa de flores tropicais, que combinava perfeitamente com o casaco. Mais importante ainda, escondia a marca provocante que ele havia deixado ali.
— O que eu faço, eu mesmo resolvo depois. — A voz dele soou neutra, sem aceitar o agradecimento.
Tudo bem, se ele não queria reconhecimento, paciência. Afinal, como ele mesmo dissera, aquele era um crime cometido por ele. Trazer-lhe o lenço era apenas reparar o próprio ato.
Quando a gente entende o motivo de algo, a vergonha desaparece. Para Carolina, este era um desses casos.
Seguiram em silêncio até o asilo. Assim que o carro parou, ela viu a avó já à porta, aguardando ansiosa.
Ao encontrar aquele olhar, Carolina sentiu os olhos arderem. Antes, não compreendia por que ta