A luz suave da manhã invadia o quarto pelas frestas da cortina, pintando de dourado os contornos do lençol amassado, das roupas espalhadas pelo chão, e dos corpos entrelaçados na cama.
Isabela despertou lentamente, como se ainda estivesse presa entre o sonho e a realidade. Por um instante, ela acreditou que tudo tinha sido fruto de sua imaginação. Mas o calor ao seu lado, o cheiro inconfundível da pele dele, a forma como seus corpos ainda se tocavam... eram provas vivas de que, na noite anterior, eles haviam cruzado uma linha da qual não poderiam mais voltar.
Virou-se devagar, e lá estava Leonardo. Dormia profundamente, o rosto relaxado, sem as camadas de frieza e controle que ele costumava usar como armadura. Parecia mais jovem, quase vulnerável. Ela se permitiu observá-lo por um momento, registrando cada traço, cada detalhe.
Mas logo o peso da realidade começou a assentar-se em seus ombros.
O que haviam feito? O que significava aquilo?
Com o coração apertado, ela afastou o lençol do