O café da manhã estava silencioso naquela manhã na mansão Vasconcellos. Beatriz já havia saído para uma reunião da fundação que presidia, e apenas Leonardo e Isabela permaneciam na mesa, cada um imerso em seus próprios pensamentos.
Isabela mexia em uma fatia de pão sem realmente comer, os olhos fixos na xícara de café pela metade. Leonardo, do outro lado, observava-a com atenção. Ele sabia que a ligação não atendida da noite anterior ainda estava pesando na mente dela.
— Ele sempre foi assim? — Leonardo perguntou, quebrando o silêncio. — Invasivo?
Ela suspirou, repousando os talheres sobre o prato.
— Sempre soube como me desestabilizar. Nunca precisou levantar a voz… Bastava aparecer, me olhar daquele jeito. Eu sempre acabava cedendo.
Leonardo franziu o cenho, cruzando os braços.
— E vai ser assim de novo?
Ela o encarou com firmeza.
— Não. Agora é diferente. Eu sou diferente.
Ele assentiu, satisfeito com a resposta, mas não aliviado. No fundo, sabia que fantasmas do passado raramente