Christian Müller -
O céu cinzento parecia refletir o que eu sentia por dentro. A chuva fina que começava a cair não era nada comparada à tempestade que devastava minha alma.
Parecia um reflexo perfeito do que eu sentia por dentro uma escuridão densa e sufocante.
A mídia já havia estampado manchetes sobre o caso. “Esposa do CEO Christian Müller morre em trágico acidente”, diziam os jornais. “Herdeira da Müller & Co. sofre destino fatal”.
Repórteres tentavam capturar cada expressão minha, como se esperassem que eu desmoronasse em frente às câmeras.
Mas eu não desmoronei.
Eu fiquei ali, parado diante do caixão fechado, vestido de preto dos pés à cabeça, com as mãos enfiadas nos bolsos do paletó e os olhos fixos para o nada.
Porque não havia corpo.
Não ouvi o que o padre disse. Não ouvi os soluços das pessoas ao meu redor. Tudo o que ecoava em minha mente era o som dos tiros naquele vídeo maldito e a visão do carro carbonizado.
Ivy estava morta. E eu a perdi.
Prometemos nunca nos deixar