Christian Müller –
A voz firme e cortante veio da porta, e nós dois nos viramos ao mesmo tempo.
Laura estava ali. Com os cabelos presos às pressas, os olhos ainda vermelhos pelo cansaço da noite no hospital, mas a postura? Impecável.
O queixo erguido, o olhar faiscando entre mágoa e raiva.
Maria deu um passo para trás, mas recuperou o sorriso dissimulado em segundos.
— Laura... — começou, com a voz doce demais para ser verdadeira. — Eu só estava...
— Eu vi, não preciso das suas palavras fajutas. — Laura a cortou, seca. — Você estava tentando seduzir meu marido, nua ou vestida, dá na mesma.
— Não seja dramática. — Maria falou com sarcasmo, cruzando os braços com ares de superioridade. — Você não tem ideia do que o Christian e eu já...
— Cala a boca! — Minha voz saiu firme, mais baixa que um grito, mas muito mais ameaçadora. — Uma palavra a mais e eu te coloco pra fora daqui agora.
Laura me olhou de relance, mas não disse nada. Respirou fundo e se aproximou devagar, com o olhar fixo em