Os olhos negros de Carolina se fixaram no rosto de Henrique, ela entendeu de imediato. Com timidez, ela perguntou:
- O vô quer que eu vá trabalhar na sua empresa?
- Mais ou menos.
- Ele mesmo me disse, mas encontrei uma desculpa para recusar.
A implicação era clara: não era da conta dela.
Henrique olhou friamente para ela e disse:
- Você se esquiva de responsabilidades com muita rapidez.
- Não tem nada a ver comigo, por que eu não deveria me esquivar? - Carolina respondeu com seriedade.
O vô era excessivamente entusiasmado, e ela não conseguia resistir. Não que ela não pudesse resistir, mas sim porque ela não era a verdadeira nora da família Mendonça. Carolina não queria mentir e enganar o vô toda vez que se encontrassem, pois ele realmente era muito bom para ela. Assim, ela se sentiu culpada e envergonhada.
Rodrigo pegou um lenço de papel e limpou a boca, perguntando casualmente:
- Você está muito ocupada na Empresa R?
- Um pouco.
- Cansada?
- De cansaço físico nem tanto, lá o esgotam