- O que você disse? - Fernanda ficou paralisada, tocando os próprios ouvidos. "Ele é tão solícito assim?"
- Apaixonado pelas obras do Sr. Solange, ele as adquiriu todas, ocupando espaço. - Disse Henrique ao Sr. Carlos, que estava atrás dele. - Ajude ela a levar algumas.
O Sr. Carlos assentiu e se virou para ir ao porão.
Henrique trocou os sapatos na entrada e olhou para Fernanda ao seu lado, que parecia um pássaro assustado, e hesitou:
- Fui impulsivo na semana passada, no hospital.
Fernanda, percebendo tarde demais que ele estava se desculpando, provavelmente por ter agido às escondidas sem muita consideração, aceitou a desculpa graciosamente:
- Tudo bem, aceito suas desculpas...
- Quando tiver tempo, venha visitar Carolininha mais vezes, ela fica entediada sozinha aqui. - Os olhos profundos de Henrique se fixaram na direção do quarto.
- Então, por que não a libera? - Fernanda não gostou do que ouviu.
- Agora não é possível. O lado sombrio é muito perigoso, nunca se sabe quando podem