CAPÍTULO 0082
Nunca gostei de admitir quando estava à beira do limite. Sempre fui o tipo de homem que lidava com pressão, que sabia separar emoção de negócios, mas naquela noite… tudo parecia diferente. O expediente tinha me esgotado e a cabeça latejava como se cada voz que ouvia ao longo do dia tivesse se transformado em um martelo invisível. Katherine. Maldita Katherine, a mulher que me tirava dos eixos - conseguiu me tirar do sério de um jeito que ninguém mais era capaz.
Sua rebeldia estava me corroendo. Cada palavra atravessada, e gesto desafiador, adicionado ao olhar afiado que me fazia sentir como se eu não tivesse controle algum… tudo isso me esmagava. Eu precisava sair. Precisava beber, anestesiar a mente, calar as vozes que me lembravam do quanto eu estava perdendo o comando da situação.
Foi assim que, após o expediente, me enfiei no bar em que costumava beber com meus amigos . Pedi a primeira dose, depois a segunda, e quando percebi, já estava bebendo como se o copo fosse