ETHAN LANCASTER - CAPÍTULO 00157
Cheguei em casa com o corpo latejando e o sangue ainda pulsando forte demais nas veias. O silêncio da mansão me pareceu uma ironia cruel — como se cada parede me lembrasse que eu estava sozinho, que tudo o que restava depois da tempestade era o eco da própria fúria. Tirei o paletó jogando-o no chão, desfiz os botões da camisa com as mãos trêmulas e a joguei sobre o sofá. O espelho do corredor devolveu o reflexo de um homem que eu mal reconhecia com o supercílio cortado, o queixo inchado, a boca partida. Victor tinha acertado em cheio. Mas nada disso doía tanto quanto as palavras de Katherine.
As palavras dela queimavam no meu interior.
Fui até o banheiro sem acender a luz. Deixei que a penumbra me envolvesse. Liguei o chuveiro uma vez em que a água fria despencou sobre mim como uma punição merecida. O som abafou o que restava da minha sanidade. Eu queria desaparecer ali, dentro daquele banho, deixar que cada gota levasse embora o peso das últimas ho