CAPÍTULO BÔNUS - LUÍSA
O mundo voltou em fragmentos - o cheiro acre de borracha queimada, o estalo metálico do capô amassado, o silêncio pesado que vem logo depois do impacto. Meu coração batia tão alto que parecia um tambor dentro do peito, quando tentei me desvencilhar do airbag.
A primeira coisa que vi foi Vlad imóvel ao meu lado. O sangue escorria pela têmpora dele, um fio fino e vermelho que contrastava com a pele clara. Meu estômago afundou.
— Vlad… — chamei, a voz saindo mais fraca do que eu pretendia.
Nada.
Engoli o pânico como se estivesse engolindo vidro. Toquei o pescoço dele com dedos trêmulos, procurando o pulso sentindo meu coração batendo desesperado em meu peito.
Entretanto seus sinais vitais continuavam forte e regular. Isso significava que ele estava vivo. Um alívio tão intenso me atravessou que quase doeu.
Vlad estava apagado, só isso. Só isso, repeti como um mantra numa tentativa de me acalmar.
Do outro carro, a porta se abriu com um rangido. Um homem saiu