CAPÍTULO BÔNUS - LUÍSA
Desci as escadas da frente do prédio da Energia & Real State como quem sai de uma batalha perdida, mas ainda de salto alto e coluna ereta, porque dignidade é a última coisa que a gente deixa cair — mesmo quando o coração está escorrendo pelo chão. O sol da manhã batia forte, irônico demais para o meu gosto, como se o universo estivesse ótimo enquanto eu estava um caco.
Estendi o copo de cappuccino para o porteiro, um senhor simpático de bigode bem aparado e olhar curioso.
— Quer um café? — perguntei, me sentindo apática.
Ele abriu um sorriso educado, pegando o copo.
— Aceito, sim. Muito obrigado.
Foi quando meu cérebro, sempre atrasado nas piores horas, resolveu funcionar. Quando me lembrei de que estava escrito o meu nome.
LUÍSA.
Escrito em letras garrafais, pretas, bem no meio do copo.
— NÃO! — exclamei alto demais.
O porteiro arregalou os olhos.
— Desculpa, desculpa! — falei atropelando as palavras, puxando o copo de volta da mão dele. — É que… ess