Capítulo 92

Marta e Antônio, impulsionados por um último resquício de adrenalina, adentraram o mangue. A água lodosa, que lhes chegava à cintura, dificultava cada movimento. O ar pesado e úmido, saturado pelo cheiro de decomposição e salinidade, parecia sufocá-los. Cada passo era uma batalha contra o cansaço e a febre que corroía suas forças.

Antônio, com a pouca energia que lhe restava, apoiava Marta, que tossia convulsivamente, o corpo tremendo. As raízes emaranhadas do mangue, escorregadias e traiçoeiras, ameaçavam derrubá-los a cada instante. O som de suas próprias respirações ofegantes era quase abafado pelo zumbido incessante dos mosquitos e pelo coaxar distante dos sapos.

- Aguente firme, meu amor, Antônio murmurou, sua voz fraca, enquanto tentava firmar o passo em meio à lama.

Marta apenas acenou com a cabeça, os olhos semicerrados, a pele pálida e úmida de suor e água. O medo de serem alcançados pela polícia ou, pior, por Alan, mantinha uma chama tênue de esperança acesa. Eles não
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