Os olhos de Henrique, antes ardendo em fúria, agora varriam os corredores, encontrando os rostos chocados de seus funcionários. O burburinho que se formava no andar foi cortado abruptamente pela voz de Henrique, que, embora não estivesse gritando, carregava uma autoridade gélida e inquestionável.
- Voltem para suas salas. Todos vocês, ele ordenou, sua voz soando estranhamente calma, mas com uma intensidade que fez muitos recuarem instintivamente. - O que aconteceu aqui não é assunto para a curiosidade de ninguém. Voltem ao trabalho. Agora..
Os funcionários, pegos de surpresa pela repentina mudança de tom de Henrique, mas ainda atônitos com a cena que haviam presenciado, começaram a se dispersar, alguns murmurando entre si, outros lançando olhares apreensivos para a porta do escritório. O burburinho diminuiu, mas não cessou completamente, transformando-se em cochichos e olhares furtivos. A tensão ainda pairava no ar, densa e palpável, enquanto Henrique observava, com os olhos fixos