Cinquenta mil pés acima do Oceano Atlântico, Bruno se sentia um rei em sua suíte de primeira classe, mas um rei sem reino, um fugitivo coroado por suas próprias falhas. Ele finalmente estava chegando ao seu destino: os Estados Unidos. As luzes de Nova York começavam a despontar no horizonte, uma tapeçaria cintilante de promessas e perigos. Para Bruno, aquela cidade seria seu novo esconderijo, sua nova ilusão de segurança.
No interior da cidade B , o sol da manhã filtrava pelas cortinas da casa de Marta e Antônio, pintando a sala com tons dourados. No quarto, Bárbara acordou nos braços de Henrique, o cheiro de café fresco já perfumando o ar. A breve trégua da noite anterior havia feito pouco para acalmar a tempestade em seu coração. A mentira sobre Bruno ainda pairava pesadamente sobre eles.
Ao descerem para a cozinha, encontraram Marta já preparando o café da manhã, o avental impecável e um sorriso no rosto. Antônio lia o jornal na mesa, com uma xícara de café ao lado. A cena era