Capítulo 12

Irina

Se eu pudesse descrever aquele momento com uma palavra, seria: justiça.

Não que eu fosse alguém muito preocupada com conceitos morais elevados, mas depois da noite anterior, eu me sentia estranhamente em paz ao deixar Pietro sozinho, adormecido e pelado no cais.

Ele me subestimou, achou que um jantar à luz de velas e mais uma noite quente entre lençóis poderiam me amolecer, mas isso só provava o quanto ele não fazia ideia de com quem estava mexendo. Como se eu fosse uma dessas meninas ingênuas que ele provavelmente colecionava antes de ser obrigado a me desposar. Mas ele estava errado. Pietro Kuhn podia ser charmoso, sim. Aquele sorriso despreocupado e os olhos que carregavam uma promessa de perigo tinham me seduzido duas vezes. Só que, para ele, aquilo era um jogo. Para mim, era sobrevivência.

Enquanto eu dirigia de volta para o hotel, sentia o vento fresco batendo no meu rosto e me lembrava do olhar dele na noite anterior, de como ele parecia tão seguro de si. "Você não pode r
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