Daniel Luzhin
Depois de largar Valentina em casa, depois do evento no parque, eu deveria simplesmente seguir minha vida. Me afastar, manter distância, me concentrar no trabalho e nos problemas reais que rondavam minha rotina. Mas desde aquele dia, algo mudou. Algo se instalou dentro de mim, uma inquietação absurda que me fazia sentir como se estivesse à beira de um precipício.
Valentina. Ela era o problema. A forma como sorria, como me olhava, como provocava sem esforço. Cada vez que eu fechava os olhos, seu rosto surgia na minha mente, me puxando para pensamentos que eu não deveria ter. Ela era uma linha que eu não podia cruzar. Mas, inferno, meu corpo não entendia isso.
Eu evitei a casa dela nos dias seguintes. Mantive a máxima distância possível, tentei ocupar meu tempo com qualquer outra coisa, mas nada conseguia tirar ela da minha cabeça, quase como se fosse uma maldição.
Eu não conseguia mais pensar direito, trabalhar e às vezes… nem mesmo dormir.
Eu ia enlouquecer — isso no me