Kiara
Voltei para a mesa com o coração ainda acelerado, tentando convencer a mim mesma de que aquele segundo beijo não tinha me desmontado por dentro.
Mas bastou ver o rosto de Pierre para o calor daquela lembrança congelar.
Ele estava sentado, ombros rígidos, maxilar travado. Juliana já tinha assumido sua clássica postura de "vou dar o sermão mesmo que ninguém peça", e a tensão pairava no ar como uma tempestade prestes a desabar.
Sentei ao lado dela, o olhar cravado no lobo à minha frente.
"Se você fizer isso de novo", falei, a voz baixa e firme, "eu não respondo por mim."