— Então é assim que você me vê? Como uma mulher que sempre agiu com segundas intenções?
Mas não havia decepção na minha voz. O que dominava era o cansaço de quem já enxergava tudo com clareza.
Ele sempre foi orgulhoso demais. Um homem como ele jamais abaixaria a cabeça sinceramente por causa de uma mulher.
— Nate, será que em nenhum momento você pensou... que, naquela noite, a vítima fui eu?
Ele avançou passo a passo, e eu recuei na mesma medida.
Só parei quando minhas costas encostaram na parede. Foi aí que ele também parou. Me olhou, confuso.
— Como assim?
Não respondi. Minha mente já tinha voltado àquela noite.
Nate estava bêbado. Eu o ajudei a subir pro quarto.
Tirei sua roupa, cobri seu corpo com o edredom, e quando estava prestes a sair, já de costas pra ele, senti minha mão ser puxada com força.
Ele me jogou na cama. E caiu por cima de mim.
Dava pra ver nos olhos dele: não estava só bêbado, estava sob efeito de alguma droga. O rosto avermelhado, o olhar carregado de desejo.
Tent