Assim que a porta se fecha atrás deles, Hector se vira e encara Ava com os olhos ligeiramente estreitos.
— O que foi isso?
Como se nem tivesse ouvido, Ava dá alguns passos pela sala, observando os detalhes, os quadros, a vista pela janela. Tudo para ganhar tempo, ou para provocar mesmo.
— Temos um combinado, não temos? — diz, sem olhar para ele. — Manter as aparências na frente das pessoas.
Ela finalmente se vira, cruzando os braços com um olhar afiado.
— E a sua secretária é uma dessas pessoas.
Respirando fundo, Hector encosta a mão na cintura, num gesto impaciente.
— Sim, a gente tem um acordo — responde. — Mas você não precisava fazer aquilo. Na frente dela.
— Por que não? — Ava rebate na hora, erguendo uma sobrancelha. — Por acaso, você não quer que ela nos veja juntos?
Seu tom sai mais direto do que ela pretendia, e aquela pontada de ciúmes que fingia não sentir se faz presente ali, crua.
— Não é isso — ele começa, tentando manter a calma.
Mas Ava o corta antes que ele continue: