Vendo o veículo desaparecer ao longe, Doris é tomada por uma súbita consciência do grave erro que cometeu.
— Ele nunca vai me perdoar — murmura para si mesma, pensando em Hector.
O peso da decisão cai sobre ela como uma tempestade.
— Meu Deus, o que eu faço agora?
Sua linha de pensamento é pesada e ela percebe que precisa fazer alguma coisa para não ser excluída da vida de Hector. Decidida a tentar sair daquela situação sem levar toda a culpa, ela tira o celular de seu bolso e liga para Hector.
— Doris, aconteceu alguma coisa? — A voz dele parece preocupada do outro lado da linha.
— Hector, a Ava fugiu — revela, tentando conter o choro.
— Como assim? — Ele questiona, mudando o tom de voz drasticamente.
— Eu vim até a farmácia comprar alguns remédios quando escutei um barulho estranho no porta-malas. Curiosa, eu decidi abrir e encontrei a Ava escondida dentro dele.
— Que diabos… Onde você está? — A voz de Hector é como um trovão ao telefone, seu tom carrega uma ira tremenda.
— Hector…