Sentindo o nervosismo emanar de Charlotte, Ava se ajusta na cama, encostando-se à cabeceira.— O que está acontecendo? Por que esse nervosismo? — pergunta, percebendo a hesitação nos olhos da mulher, que começam a lacrimejar.Charlotte se aproxima mais, demonstrando o quão preocupada está.— Me responda! Se eu te ajudar a sair daqui, você promete que o Mark ficará fora de qualquer problema? — Ela insiste com urgência.— Eu prometo — Ava assegura com firmeza. — Eu não vou deixar que nada aconteça com ele.Engolindo em seco, Charlotte tenta conter as lágrimas e se senta na cadeira ao lado da cama, buscando algum controle emocional.— Vou encontrar uma maneira de te tirar daqui — confessa suavemente. — Eu ainda não sei como, mas vou arranjar uma maneira para que você possa voltar para sua família e para seu noivo.Percebendo que Charlotte parece reter mais informações, Ava levanta-se cuidadosamente e se aproxima dela.— O que está acontecendo? Me conta tudo, por favor.Erguendo a cabeça,
Quando chega em casa, Hector é recebido por Doris, que o notifica sobre todas as coisas que aconteceram enquanto ele estava fora.— A Ava não parece nada bem, Hector. Ela está nervosa, inconformada e respondona.— É normal que ela esteja assim — ele comenta, caminhando em direção ao seu quarto.— Você não vai vê-la? — questiona, notando que ele não parece se importar muito com o que acaba de ouvir.— Talvez eu vá depois — explica. — Estou cansado e quero evitar um confronto agora — diz, abrindo a porta do quarto e quase fechando em seguida.— E quanto à Charlotte? — Doris questiona.Hector segura a porta no meio do caminho e encara Doris.— O que ela fez? — indaga, já presumindo o pior.— Ela não fez nada, mas quando você saiu, me pediu para ficar de olho nela, queria saber se tem algum motivo específico.— Eu só não confio nela — confessa.— Então por que a mantêm aqui?— Faço isso pelo Mark e, além disso, o que me adiantaria mandá-la embora nessa altura do campeonato, se ela já sabe
Ao sentir o toque delicado da mão quente de Hector, Ava fica confusa, sentindo o seu coração pulsar forte. Mesmo que o odeie, não pode negar que a sua presença tem um poder sobre ela. Talvez por ele ser bonito e significativamente atraente, seu corpo reaja àquele toque e sua mente crie pensamentos maliciosos. De repente, ao se dar conta do que está pensando, Ava se culpa ao lembrar que tem um noivo que naquele momento deve estar sofrendo por ela.— Tire suas mãos imundas de mim. — Diz, se afastando do toque. — Acha que vai conseguir me manipular novamente? — ela pergunta, nervosa.— Essa não é a minha intenção, Ava.— Então, qual é, Hector?Ele aperta os lábios, visivelmente tenso, depois desvia o olhar e se dirige até a porta de seu quarto. Com um gesto firme da mão, indica para ela sair.— Saia daqui agora! — ele ordena com voz firme.— Por quê? Tem medo de me contar a verdade? — Ava o desafia, não recuando.Visivelmente irritado com a provocação, ele eleva o tom:— Você realmente a
Charlotte solta uma risada diante da sugestão de Ava.— Apaixonada? Como você pode pensar isso se ela tem idade suficiente para ser mãe dele? — pergunta aquilo como se acabasse de ouvir o maior absurdo de sua vida.No entanto, ao perceber que Ava continua séria, o sorriso de Charlotte desaparece e as duas trocam olhares cúmplices, compartilhando um silêncio que dizia mais do que palavras poderiam expressar. Ambas estavam pensando o mesmo.— Você acha que ela poderia ser…? — Charlotte para de falar, ainda surpresa com a possibilidade.— Não tenho certeza, mas às vezes, quando olho para Doris, percebo certas semelhanças com o Hector, — Ava confidencia, com a voz baixa.— Isso pode ser apenas algo da sua imaginação.— Até poderia, se não fosse o fato dela ser tão leal a ele.— Mas se isso for verdade. Por que ela esconde essa informação? — Charlotte questiona intrigada.— Alguma coisa deve ter acontecido no passado que a fez tomar essa decisão — Ava comenta.— Acho que isso explica o que
— O senhor Smith não está — o homem responde.— É urgente, por favor ligue para ele e avise.Enquanto fala, Charlotte ajusta a postura, tentando manter a calma apesar da crescente ansiedade. O recepcionista do outro lado do balcão a observava com uma mistura de simpatia e cautela.— Senhora, entendo que tenha algo importante para falar com o senhor Smith, mas ele está passando por um momento delicado — diz o homem com a voz baixa e respeitosa. — Ele não aparece na empresa desde o acidente da filha. Além disso, hoje foi realizada a cerimônia fúnebre, e ele está bastante abalado.Charlotte sente um aperto no coração ao ouvir isso, pois se lembra de ter encontrado Ethan pessoalmente e teve a oportunidade de falar toda a verdade para ele naquele momento. No entanto, estava com tanto medo do que poderia acontecer com o seu filho que decidiu ficar em silêncio.— Além disso — o recepcionista continua. — Ele viajou para o Brasil com a família e não temos previsão de quando retornará — contin
Quando o automóvel para ao lado dela, Charlotte abre a porta para entrar, no entanto, sente uma mão forte puxar o seu braço e tirá-la de perto do veículo.— O que pensa que está fazendo, mãe?A voz grave de seu filho Mark a assusta e, quando ela se vira para encará-lo, sente que ele não está de bom humor.— Mark, o que está fazendo aqui? — pergunta, surpresa por ele estar ali naquele lugar, e pelo jeito que ele a abordou.O motorista do táxi estranha aquela interação dos dois e questiona.— Precisa de ajuda, senhora?— Não, ela não precisa — Mark responde nervoso.— Eu não fiz a pergunta para você, rapaz — o motorista responde, mostrando que não está intimidado.Notando que aquilo poderia gerar uma confusão, Charlotte responde:— Não se preocupe, está tudo bem, ele é o meu filho — explica. — Eu não vou mais precisar dos seus serviços, pode ir.Mesmo parecendo preocupado, o motorista decide fazer o que ela pede. Assim que o veículo se afasta, Mark começa a falar novamente.— Eu sabia q
Sem alternativas, Charlotte resigna-se às palavras do filho, reconhecendo que Mark estava mais envolvido na situação do que ela jamais imaginou. Embora não compreendesse completamente as motivações de Hector ou do próprio filho, sua principal preocupação era a segurança de Mark. Com uma mistura de esperança e apreensão, ela apenas podia rogar que tudo acabasse bem tanto para ele quanto para Ava.Então, mesmo contra a sua vontade, Charlotte foi afastada da mansão Moreau.Com o passar de alguns dias, Mark sabia que precisava dizer toda a verdade ao amigo, que ficou furioso quando soube o que estava realmente acontecendo.— Será que ela falou com mais alguém? — Hector indaga, caminhando agitadamente pelo escritório.— Não, ela não falou nada. Não se preocupe — Mark responde, tentando tranquilizá-lo. — Fiz várias perguntas e ela me contou tudo. Ethan está no Brasil com a família e não quer ser incomodado. Ela só conseguiu o endereço do noivo da Ava.Pensativo com a informação, Hector ques
A revelação de Ava o faz engolir em seco. No entanto, ele já deveria ter imaginado que ela havia se lembrado de tudo assim que viu sangue nos olhos dela.— Então, você se lembra? — ele pergunta, acariciando o lugar onde recebeu o tapa.— Sim, eu me lembro quem você é, Hector, CEO da Moreau Real Estate, um dos meus maiores inimigos no setor.Percebendo que ela diz a verdade, ele começa a gargalhar, ao sentir que agora estava diante da verdadeira Ava.— Até que enfim, você se lembrou de tudo. Estava até pensando que a sua memória não voltaria mais.Sem entender o motivo dele manter aquele sorriso sádico no rosto, ela continua o confronto:— Eu não sei o motivo desse seu risinho, seu desgraçado, mas vou arrancá-lo do seu rosto assim que eu conseguir me lembrar de como vim parar nesse lugar — declara, intrigada.Os olhos de Hector se estreitam, confusos com o que acaba de ouvir.— Como assim? Você não se lembra? — ele pergunta, agora mais intrigado.— Eu só me lembro que eu estava dirigin