Terminando de ajustar a roupa no corredor, Ava desce as escadas com o coração em frangalhos. Seus passos são apressados, mas seu olhar está distante, como se cada degrau a afastasse não só daquela casa, mas também da última faísca de esperança que havia alimentado.
— Ava! — Estelle a chama, vindo atrás.
— Espere, querida — diz Doris, com a voz aflita.
Mas ela não responde. Passa pelas duas como se não as visse, como se naquele momento só houvesse espaço para sua dor. Pega a bolsa no aparador, caminha até a garagem, entra no carro com pressa e dá partida, saindo dali como se fugisse de um pesadelo.
Enquanto dirige pelas ruas escuras e silenciosas da noite, as lágrimas que segurou por tanto tempo finalmente transbordam. Deixava que corressem livremente, como se cada uma carregasse um pouco do amor frustrado, da mágoa, da decepção.
— Como fui burra… — sussurra para si mesma, apertando o volante com força. — Como pude acreditar em tudo aquilo?
As imagens vêm à sua mente como um filme: o c