Ofendida com as palavras cruéis da mãe, Estelle fecha o livro com força e o deixa de lado. Seus olhos ardem, mas ela não quer chorar ali, na frente de Margot. Então, levanta-se de repente e sai correndo, ignorando os chamados impacientes da mãe.
Precisava de um lugar para ficar sozinha. Um lugar onde poderia desabar sem ser julgada e nem vista.
Saindo da casa, ela atravessa o quintal. Caminha pelo jardim, desviando de flores e árvores até encontrar um cantinho escondido, entre arbustos altos e uma pequena fonte. Ali, senta-se no chão, abraça os próprios joelhos e deixa as lágrimas caírem.
Ela chora em silêncio, sufocada pela dor que já conhece tão bem. A humilhação da mãe pesa como chumbo. Margot não disse nada que ela já não soubesse… mas ouvir em voz alta ainda a machuca como se fosse a primeira vez.
Enquanto tenta conter o soluço, ouve passos se aproximando.
Imediatamente, prende a respiração, tensa. Não quer que ninguém a veja naquele estado; vulnerável, destruída. Fica em silêncio