Depois da conversa que teve com Hector à beira do mar, algo pareceu mudar entre eles. Tanto que a convivência pareceu se tornar mais leve, quase natural. O clima tenso que costumava pairar entre os dois deu lugar a momentos de silêncio confortável e até pequenos sorrisos trocados durante o dia.
Ao longo dos dias, passaram a tomar café da manhã juntos à mesa. Não falavam muito, mas quando falavam eram coisas simples: sobre o tempo, as notícias. As conversas ainda eram cuidadosas, como de quem caminhava em solo instável, no entanto, eram reais.
Assim, a semana passou.
Durante esses dias, Ava encontrava conforto na companhia de Doris. As duas costumavam conversar longamente pela tarde, sentadas no jardim enquanto o sol desaparecia no horizonte.
— Você pretende trabalhar para o Hector por quanto tempo, Doris? — Ava pergunta, enquanto nota Doris bordando alguma coisa.
Sorrindo, com os olhos semicerrados pela luz do fim da tarde, Doris responde:
— Se ele me permitir, até eu morrer.
Mesmo qu