Em toda a sua vida, Catarina já havia enfrentado situações desagradáveis e dolorosas, mas ao ouvir aquelas palavras, teve certeza de que essa era a pior de todas. O desprezo com que Henri a tratava, a frieza em cada frase, sem se importar com o que ela poderia pensar ou sentir, a deixava tão arrasada que parecia não haver mais forças dentro de si.
Percebendo que não conseguiria conter as lágrimas diante dele, simplesmente cedeu.
— Eu nunca vou me esquecer disso, Henri… nunca. — Sua voz saiu embargada, antes que soltasse a sacola de pão que trazia nas mãos. O pacote caiu ao chão, espalhando-se, mas ela já havia se virado, correndo para longe dali.
Henri a seguiu apenas com o olhar. Assim que ela já estava bem longe, passou a mão pelos cabelos, tomado por uma frustração sufocante. Sabia que estava sendo cruel, mas o peso de estar preso a algo que jamais escolhera o deixava fora de si, descontando em todos a revolta que carregava.
No fundo, odiava Catarina porque tinha a sensação de que