Dois dias haviam se passado desde que Saulo começou a investigar o paradeiro da mãe de Aurora. Na manhã de domingo, um de seus funcionários lhe entregou um envelope grosso com o relatório da busca. Assim que começou a ler, a expressão em seu rosto mudou. Os olhos estreitaram, o maxilar se contraiu, e a mão que segurava o papel se fechou levemente.
Sem dizer palavra alguma, ele respirou fundo e anunciou:
— Estou indo até a casa do Oliver. Alguém quer ir comigo?
Ele mal terminou a pergunta e, como esperava, a voz animada da filha ecoou do corredor.
— Eu quero!
Elisa surgiu à porta do quarto com um vestido curto, os cabelos soltos e o celular na mão. Saulo a olhou de cima a baixo, e por um instante, a crítica subiu até a ponta da língua… mas ele se conteve. Havia prometido que pegaria mais leve com a filha, desde que ela não lhe desse motivo para se preocupar.
— Então vamos logo — disse.
Empolgada com a liberdade inesperada, Elisa correu até ele, segurou o braço do pai e lhe deu um beijo