Antes mesmo do Natal, Eloá e Gael haviam se entendido de uma forma que seus sentimentos já não pareciam mais um território nebuloso. As incertezas, os receios e as palavras reprimidas deram espaço a uma cumplicidade mais clara. Havia, entre eles, a sensação de que estavam finalmente caminhando na mesma direção.
Foi nesse clima de compreensão mútua que Gael decidiu se mudar para o apartamento dela. No início, Eloá hesitou, não por falta de desejo, mas pelo peso da decisão. Era como oficializar algo que ainda vivia em segredo. Porém, a presença dele ao seu lado se tornou um alívio tão grande, que a escolha foi natural. Aos poucos, foram ajustando os detalhes: suas roupas misturadas às dela no guarda-roupa, o café da manhã compartilhado, as conversas até tarde no sofá. Mais do que um casal escondido, viviam como um verdadeiro lar.
Nos dias de consulta, Gael passou a acompanhá-la, orgulhoso de estar ao lado dela em cada passo daquela fase delicada. Ele segurava sua mão na sala de espera,