Sentada no banco do passageiro, Catarina tentava disfarçar a inquietação. Sentia o coração acelerar de tempos em tempos, sempre que notava o olhar dele pousando sobre si por alguns segundos mais do que deveria.
Ela ajeitou o vestido que usava, um tom azul-claro que contrastava com os cabelos ruivos soltos. Tinha consciência de que estava longe de se sentir à altura do ambiente sofisticado que Henri costumava frequentar, mas ainda assim, havia algo reconfortante na maneira como ele a tratava.
— Está confortável? — ele perguntou de repente, quebrando o silêncio entre eles.
— Sim… — respondeu ela, sorrindo de leve. — O carro é muito confortável.
Ele assentiu, mantendo os olhos na estrada.
— Bom saber. Quero que se sinta bem quando estiver comigo.
Tentando não se deixar levar pelas entrelinhas, Catarina virou o rosto para a janela, fixando os olhos no horizonte, mas não conseguiu evitar o rubor nas bochechas.
Pouco menos de uma hora depois, os prédios altos da capital começaram a surgir.